sexta-feira, 17 de junho de 2011

Buraco Negro

Para mim a tristeza é como um imenso Buraco Negro, estéril em vida e capaz de tragar para si todas a forma existente de matéria, exaurindo a existência. Parte do Universo, logicamente, mas ainda assim devastador, confuso e desconhecido.
Estou especialmente triste hoje. É uma espécie de desalento estranho, sem começo e sem fim, apenas uma incômoda sensação de que algo não vai bem. Não sei se sinto solidão, se me sinto cansada ou se me sinto deprimida. Acho que a palavra é tão somente triste.
Acho que eu esperava mais da vida, do destino, de Deus. Passei por algo muito triste essa semana. Fui convidada para uma festa, mas na última hora me avisaram que não haveria espaço para mim no carro. Compreendi, claro, como sempre. Afinal, não sou da família. Sò que agora há lugar no carro, mas nem assim fui lembrada. Simplesmente não me chamaram. Fui deixada de lado. Posta pra escanteio. E ainda vou quebrar um galho para eles. Bobona eu, né?

Estranho pensar como eu perdi espaço. Fui sendo empurrada para os lados e quando me vi estou aqui, à margem, olhando as pessoas que eu julgava importantes indo embora sem nem lembrarem que eu existi. Virei fotografia de gaveta, guardada num canto, esquecida na memória. Triste. Muito triste.
Como eu convivo com essa tristeza estranha, que não me deixa e não passa? Ando muito sem esperança. Não creio em dias melhores, nem em pessoas melhores, nem em nada melhor. Já me acostumei a ser rechaçada, deixada só, renegada às noites frias de segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo. São afinal todas iguais mesmo...
Queria um buraco negro para eu me enfiar. Quem sabe a minha matéria inerte encontrasse algum descanso na anulação do ego...