sexta-feira, 13 de maio de 2011

O poder do tempo

É estranho como a vida segue. Ainda que contra nossa vontade respiramos, comemos, saímos, continuamos fazendo tudo aquilo que fazíamos antes de nossa vida ser atropelada por uma tempestade de sentimentos e mágoas. Seguimos como dá, como podemos, aos pedaços, aos trancos.
Andei lendo o livro "Fora de mim", da Marta Medeiros. Estranho como me vi ali descrita, um zombi cotidiano, convivendo com a dor e o desespero de aprender a viver longe de quem se ama, ou que se pensa amar. Quando penso nisso até sinto vontade de rir... minha carreira de zombi é de fazer inveja a qualquer integrante de elenco de apoio de filme de terror, ou de Thriller... vivo vagando pela minha própria vida, sem saber ao certo em busca do que ou indo pra onde. Apenas vou, talvez por não ter muita opção... é ir ou ir. Simples assim.
Após tanto tempo eu acho q cruzei o limiar da dor e do sofrimento. Já me habituei... é como diz aquela letra de música antiga; a minha dor já se fez minha amiga. Nem sinto tanto mais... apenas vivo... ou sobrevivo quando dá, como dá e se dá. O problema é quando dói...
Essa semana eu experimentei uma carga extra de dor. Achei que já tivesse vivenciado o máximo, mas como dizem, nada é tão ruim que não possa piorar. Já não quero importunar ninguém com minha ladainha repetitiva. Sou refém de minha própria mágoa, aprisionada em uma certa prisão pessoal. Talvez nunca os versos de Camões me tenham sido tão próximos:
"É querer estar preso por vontade...."
Como negar que me prendo a um amor maluco, insano e irreal? Que amor é esse aliás que existe e persiste de vento, que se alimenta de lágrima e que secreta incerteza? Minha visão de amor é bem outra...
Talvez por fim seja esse o meu problema... não pertenço a esse mundo. Essas pessoas a minha volta me são distantes, alheias, diversas demais de mim mesma. Não me acho onde me busco. Esse labirinto descrito por Sà-Carneiro me persegue e aprisiona dentro de mim mesma, sem que eu encontre uma saída. Habito outra realidade, com outros valores e outros primas... Creio em amores impossíveis, romances ideais e casamentos felizes. Busco um amor maior que não seja apenas sexo sem compromentimento. Quero olho, toque, encontro. Mas só encontro desencontro...
Seria a busca errada no lugar errado? Provavel. Sigo andando... penando... pensando... amando.

4 comentários:

Andrielle Antonia disse...

Amei esse post, mim vi inteiramente nele, parece que finalmente encontrei alguém que sente como eu e que sabe o que realmente sinto, pois minhas amigas não entendem o que eu tento compartilhar com elas!

Anônimo disse...

Você disse o que realmente se passa em minha vida, consigo respirar essa sua dor que se torna tão próxima a ponto de ser chamada de amiga, creio no impossível.. sei que errei, sei que disse que iria fazer diferente mais é só na dor da perca que percebemos o quanto sentimos falta, sinto que sou seu vizinho de cela, se procuras alguém que possa compartilhar sua dor em forma de amizade estou aberto a compartilhar um pouco da minha contigo enquanto ando por detrás destas grades da vida e dos sentimentos.

Liz Toledo disse...

queridos amigos de reclusão,
é sempre bom saber que a dor de um pode servir de companhia e alento para outra alma atormentada. Estou sempre aki, tento postar com certa regularidade para que meus pensamentos amenizem a luta diária pela sobrevivência pós desilusão.
Abraços

amar sem sofrimentos disse...

É,vc descreveu como realmente sou, e como e minha vida,e o pior e que sinto muita dor, mas é como se ela fosse minha amiga,e não consigo me desfazer dela,mas lá no fundo eu ainda acredito que posso encontrar um alguém que posso amar sem medo de ama_lo.