quinta-feira, 14 de abril de 2011
Outono
OUTONO
Os dias seguem o lento passo do destino. Pouco ou nada muda em um cotidiano desgastado e sufocante. Ainda que os dedos da misericórdia divina se movam na direção do atormentado, o destino final nunca é alcançado. A mesma angústia eterna e penetrante permanece... sufocada... apreensiva... desesperada.
Como um barco desgovernado levo meus dias ... sem rumo... sem freio... perenemente oscilando entre o ser e o estar. Hoje estou bem. Amanhã me debulho em lágrimas. Num dia sou alegre. Noutro me despedaço em palavras sem sentido. Sou maré. Sou barco em meio a tempestade. Vivo perdida entre o horizonte e a poente, sem saber que sentido tomar, sem querer tomar qualquer rumo na verdade. Quero apenas permanecer... e ser... parecer.
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